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O colaborador no centro, o prontuário no topo e o senso de coerência acima de tudo

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Por Luciane Corrêa, founder da LUK Consultoria

Vejo uma mudança expressiva que irá se consolidar no perfil do pessoal de Gente & Gestão das corporações ou mesmo no RH das menores empresas quanto à saúde dos seus colaboradores: o trajeto linear de ações encadeadas que antes existia nas organizações e nas relações tende a ser modificado.

Acredito, pelo que tenho visto, que teremos um olhar diferente do colaborador mais completo e pleno, onde sua saúde, depois da Pandemia e até durante, passe a estar no centro das ações, tanto das empresas, como das Operadoras. Selos de saúde devem tomar conta das melhores práticas e iniciativas das empresas e nas ações de gestores.

O indivíduo – como colaborador dentro da organização – deverá ser o motivo das ações de saúde e o prontuário clínico desse cidadão deverá estar no topo das Operadoras de Saúde, Ambulatórios e na Medicina Ocupacional.

Palavras como comorbidade, idade de risco, alto risco e prevenção ficaram amplamente conhecidas e assimiladas na sua melhor expressão durante a pandemia. Entendemos que pessoas nessa situação devem estar na primeira fila da atenção e cuidados e sabemos o por quê: pela sua vulnerabilidade, começamos a olhar as pessoas como seres frágeis e não somente como custo. Começamos a analisar que se não colocarmos o colaborador no centro e o prontuário no topo não estaremos, de fato, cuidando da nossa população.

Então, vale refletir: estou fechando os olhos para o custo? Não, estou afirmando que a redução do custo será a consequência, o melhor efeito colateral que podemos alcançar com essa nova integralidade.

E vou além: os profissionais da saúde não são heróis – eles são ‘gente cuidando de gente’! O pessoal da gestão não (tem) detém todo o conhecimento – ‘é gente cuidando de gente’! As Operadoras de Saúde não têm as melhores práticas – ‘é gente que deveria cuidar de gente’!

Então somos seres que deveriam olhar o outro como gente: para poder cuidar do indivíduo no todo, não em pedaços e nem como custo.

Penso que ações como SIPAT, SESMT, processos admissionais e demissionais, avaliação de absenteísmo, práticas de qualidade de vida, segurança do trabalho, comitês de saúde, avaliação da saúde mental, da felicidade do indivíduo, avaliação de relatórios de sinistralidade, entre outros grupos de atuação devem, urgentemente, passar pelo ‘senso de coerência” – fundamento da salutogênese, conceito criado pelo pesquisador Aaron Antonovsky em 1979.

Devemos nos preparar melhor como seres humanos e como gestores e organização para trabalhar com o ser humano, que nada mais é que alguém frágil, que amadurece e pode adoecer fisicamente, mentalmente e socialmente.

Esse, a meu ver, é o novo perfil que nasce. No entanto, é esse o perfil que as escolas e as empresas não estão preparadas para formar, muito menos para lidar com a mudança de ações lineares até então praticadas.

 

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