E agora? O que parecia que ia durar uns meses, parece que irá mudar o mundo.
Com base em um conteúdo da Randstad (www.randstad.pt), líder global em soluções de Recursos Humano, hoje abordarei os desafios inseridos no conceito Smart Working (trabalho remoto), que, até pouco tempo, era uma opção casual ou modelo para freelancers, e, com a pandemia do novo coronavírus, se tornou motivo de revolução no modo de trabalhar e trouxe uma tomada brusca de consciência da importância da tecnologia na vida das pessoas e das empresas.
Alguns sobreviveram porque o Smart Working foi possível. Algumas empresas no Brasil, desde a greve dos caminhoneiros, em maio de 2018, já iniciaram esse processo.
Mas a questão seguinte é: Como transformar o trabalho remoto, até agora visto como uma saída de emergência, como uma porta para o futuro das organizações? Como manter as organizações, processos e pessoas? Com certeza, novas ferramentas e muita criatividade serão necessárias.
Trabalhar na nuvem, ter sistemas integrados, gerenciamento remoto das atividades, monitoramento dos fluxos de trabalho, cultura sólida, processos de comunicação e integrações colaborativas serão primordiais, antes que o entusiasmo passe e a vagarosidade se instale.
Tudo isso ainda precisa ser visto dentro da casa do funcionário. Avaliar as condições que ele tem para absorver essa proposta. Sabemos que agora muitos estão pensando no movimento inverso que os tiraram da sua pequena cidade; muitos falam do êxodo das metrópoles. Talvez isso contribua e poderá dar condições de estarem em um local maior e mais adequado de trabalho, incentive!
A aferição do trabalho será desconstruída, mas isso não significa apenas poder trabalhar de qualquer lugar e a qualquer momento, mas sim que o trabalhador, como pessoa individual, se torna mais responsável pelas suas entregas e pela administração da sua jornada de trabalho. Ele não pode ser mais visto pelo tempo que fica sentado, mas sim pelos resultados alcançados com base nos objetivos traçados. Teremos mais maturidade! O “chefe” xerife entra em extinção.
Nesse sentido, o acordo de expectativas deve ser mais claro e o poder de comunicação das lideranças baseado em resultados será desafiado. Talvez uma maior frequência, check points entre líderes e liderados, motivação e envolvimento serão competências essenciais. A confiança deverá ser o ponto central das relações.
“A confiança sempre afeta dois resultados: velocidade e custo. À medida que a confiança diminui, a velocidade também diminui e os custos aumentam. À medida que a confiança aumenta, a velocidade também aumenta e os custos diminuem”. (Stephen Covey, treinador e especialista em liderança)
Temos muitos pontos para refletir. A legislação trabalhista também vai ter que se adaptar bastante.
Alguns trabalhadores, no início da Pandemia, tiveram que se virar com a sua internet, com a sua cadeira, dentro do que espaço que possuíam e junto com as pessoas que lá estavam. Foram compulsoriamente para casa e lá fizeram a auto adaptação, muitos sem qualquer apoio da liderança, porque essa também mal sabia lidar com isso.
Estamos vivendo momentos históricos. Que capítulo vai escrever? Qual o seu legado?