*Por William Rachid, Coaching e Mentoring
O que era deixou de ser há minutos atrás. Perceba, leitor, que as narrativas que acreditávamos já não nos satisfazem mais. A polarização tomou conta dos debates, poucos ouvem, muitos falam e se comunicam mais com os seus, e nem tanto com outros de opiniões diferentes.
Esse é um desafio importante, porque se perde a oportunidade de ouvir o contraditório e ver o todo. É nesse contexto que o executivo e o trabalhador do presente e futuro precisam se situar para entender “o como” as pessoas vivem distanciadas e isoladas em seus “casulos”. Nesse quesito, encontraremos a inteligência artificial como um componente novo que desafia as formas tradicionais de trabalho.
Conversando com alguns executivos tenho percebido uma certa desorientação e dificuldade no pensar no amanhã. Essa preocupação, em alguns casos exacerbada, tem levado a um “apagão” ou desespero, o que julguemos é normal num modo de vida que deixou de ser o que era. Para entendermos o que virá, deveremos estar bem presentes no “presente”.
Olhar o dia a dia para aprender com o que está acontecendo. Depreender daí possíveis tendências e arriscar um pouco, através de projetos pilotos, sabendo que poderemos errar, mas que, se corrigirmos rapidamente, aprenderemos uma lição nova e útil. Esse moto-contínuo repetir-se-á daqui para frente com uma velocidade mais intensa. Os planos e os sonhos deverão existir, mas sob uma ótica menos “fantasiosa”, típica e útil dos tempos de planejamentos passados, mas que se não atualizadas não funcionarão mais.
A inteligência artificial, bicho-papão há alguns meses atrás, já contribui e atua nessa realidade através das análises das tendências – “big data e analytics” -, e portanto, todos nós somos convidados a entendê-la e a usufruir dos seus benefícios, desde a compreensão dos desejos e necessidades dos clientes, até a nova operação que se instalou nas empresas (robôs, chatbots, etc.).
Assim, o trabalhador moderno precisa atualizar-se o tempo todo e rapidamente para fazer parte do jogo com essas regras novas. Portanto, aprender um pouco de programação e a linguagem moderna dos jovens será de utilidade.
Assim, o ensino a distância, o home office e a autogestão, trabalhar com o que se gosta e funcionários que não queiram permanecer por muito tempo nas empresas não são mais tendências e sim realidades do que se convencionou chamar de “o novo normal”.
Tenho trabalhado com os executivos reforçando a crença de que o que os trouxe até esse momento foi útil, mas que, a partir de agora, esse grande desarranjo estrutural do cotidiano e do trabalho precisam de observação dos fatos, visão para orientar-se, decidir e agir utilizando e aprendendo a todo momento nesse trabalho de aprendizado recorrente, cabendo, aqui, uma dose de meditação para refrear a ansiedade e a convicção de que se está fazendo o melhor.
*William Rachid dedica-se nesse momento à fundação da MERAKI Consultoria Empresarial, onde atua de forma independente como Coaching e Mentoring, consequência da experiência construída depois de 11 anos na indústria farmacêutica e 18 anos como executivo em um dos maiores grupos seguradores brasileiros.